segunda-feira

Quem acha que os sistemas previdenciários são algo distante ou entediante é porque ainda se sente jovem. Ou não conhece o Brasil. Há semanas as famílias, a imprensa e o Congresso debatem como desativar a bomba-relógio que se tornaram os pagamentos das aposentadorias e pensões. Uma questão em que as filhas dos militares são as vilãs favoritas. Acontece que 110.000 brasileiras desfrutam de uma pensão vitalícia herdada do pai, mesmo tendo um emprego, mas incompatível com ter um marido. Essas mulheres solteiras recebem em média um pagamento mensal de cerca de 6.000 reais em um país onde dois terços de seus compatriotas se aposentam com seis vezes menos: 998 reais, o salário mínimo. Apesar de privilegiadas, elas não são as mais privilegiadas –se esquecermos que não tiveram que trabalhar para desfrutar desse direito.
Fonte: El País

MAIS INFORMAÇÕES

A missão de reformar o sistema atual é de longo alcance, vital para as contas públicas e a economia. O presidente anterior fracassou e agora ninguém duvida no Brasil de que aprovar (ou não) um sistema que substitua o atual é o que definirá o mandato de Jair Bolsonaro. As aposentadorias tomam os noticiários, os jornais lançaram aplicativos para calcular como ficaria o valor a ser recebido ... e #OuReformaOuquebra foi uma das questões mais comentadas no Twitter no último fim de semana.
“O sistema é economicamente insustentável", diz a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o clube dos países ricos, em um relatório em que destaca que as aposentadorias brasileiras concedem um porcentual elevado do último salário a idades muito mais jovens do que em outros países. Além disso, é profundamente desigual, como explica Pedro Fernando Nery, autor do livro Reforma da PrevidênciaPor que o Brasil não pode esperar?. "Com o sistema atual, os ricos podem receber 40 vezes mais que os pobres com uma baixa contrapartida contributiva", diz o assessor econômico do Senado. "É um sistema complexo, com vários tipos de aposentadoria, em que os mais pobres precisam trabalhar até os 65 anos, pois passam muito tempo desempregados e na informalidade porque o nosso mercado de trabalho é muito dual. Os mais ricos têm empregos formais a vida toda e conseguem se aposentar antes."

0 comentários:

Postar um comentário