terça-feira

 


A definição sobre o novo presidente dos Estados Unidos pode levar dias por causa do volume de votos pelo correio, porém os efeitos decorrentes do nome escolhido para comandar a Casa Branca já suscitam debates em todo o mundo. A principal preocupação, no momento, é sobre uma eventual batalha judicial por parte do candidato derrotado — principalmente Trump — que pode abalar a economia mundial.

Apesar de as últimas pesquisas indicarem que o democrata Joe Biden tem vantagem, tudo pode mudar já que a eleição nos Estados Unidos é decidida pelo colégio eleitoral. Para ser eleito, o candidato precisa de 270 dos 538 votos do colégio eleitoral.

Além de contar com 29 votos no colégio eleitoral, o maior número entre todos os estados-chave, a Flórida deve ser responsável pela primeira indicação dos rumos da eleição. Em 2016, por exemplo, Trump recebeu 3 milhões de votos a menos que Hillary Clinton, mas foi eleito porque venceu em alguns estados-chave.

Segundo especialistas, caso Trump vença na Flórida, terá chances de repetir a surpresa de 2016. Mas, caso o estado dê vitória a Biden, o caminho da reeleição fica muito mais complicado para o atual presidente. Donald Trump teria de ganhar em vários estados-chave onde Biden está na frente nas pesquisas e também conquistar Arizona, Texas e Ohio – onde o resultado é imprevisível.

Fraude

Em entrevista à ABC, o assessor de Trump Jason Miller afirmou que os votos que não forem contabilizados na noite de terça-feira não deveriam valer. A fala reforça o que Trump vem afirmando há meses: que a votação pelo correio dá margem a fraudes. Ele sugere invalidar esses votos.

Vale lembrar ainda que a maioria dos eleitores republicanos pretende votar pessoalmente nesta terça-feira, e esses votos serão tabulados primeiro. Mas os votos enviados pelo correio, que devem ser em maioria para Biden, também serão contados, mesmo que com um pouco de atraso.

Mercado

Enquanto isso, investidores em todo o mundo aguardam o desfecho das eleições americanas para reposicionar os seus portfólios. E a possibilidade de uma batalha judicial em que qualquer um dos dois candidatos decida não reconhecer a vitória do adversário tem tirado o sono dos investidores.

Para o economista Nouriel Roubini, professor da Escola de Negócios Stern, da Universidade de Nova York, esse nível de instabilidade política pode desencadear um quadro de redução de risco nos mercados financeiros em um momento em que a economia americana já está desacelerando e as perspectivas de curto prazo de um novo pacote de estímulos são sombrias.

Em um cenário em que a disputa nos tribunais se arraste até o início do próximo ano, as ações poderiam recuar 10%, enquanto o rendimento dos Treasuries — os títulos do Tesouro americano — cairia ainda mais, como reflexo do movimento global de aversão a risco e busca por ativos mais seguros. Neste cenário, o dólar acabaria se fortalecendo.

Para Ray Dalio, fundador e executivo-chefe de investimentos do Bridgewater Associates, o maior fundo hedge do mundo, independentemente de quem vencer a eleição, investidores deveriam comprar títulos da dívida da China. Para ele, o governo americano terá déficits fiscais cada vez maiores e terá que se endividar mais seja qual for o desfecho, o que levará investidores que já estão expostos demais aos títulos americanos a buscar diversificação nos bonds chineses. (Com informações da Exame)

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