segunda-feira

A crise entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ganhou um novo capítulo na noite deste último domingo, 12. Em entrevista exclusiva ao Fantástico, o médico voltou a reforçar a necessidade de isolamento e teceu críticas aos diferentes posicionamento do governo frente a crise. A repercussão imediata dividiu as análises, há quem aponte que Mandetta estaria forçando demissão.
A entrevista foi concedida por vídeo transmitido do Palácio das Esmeraldas, sede do Governo de Goiás, onde esteve reunido com o governador Ronaldo Caiado (DEM), desde o sábado, 11, quando, também em companhia de Bolsonaro, visitaram as obras do hospital de campanha de Águas Lindas.
Entre os trechos marcantes, o ministro afirmou, dias após o presidente intensificar os movimentos contra o isolamento, que não há “remédio milagroso” e reforçou a necessidade de manter o isolamento como método de controle da doença. O líder do Executivo, que saiu às ruas em mais de uma ocasião nas últimas duas semanas, pode ter sido usado de exemplo negativo em outra parte:
“Quando você vê as pessoas entrando em padaria, em supermercado, grudadas, isso é claramente uma coisa equivocada. Eu espero uma fala única, uma fala unificada. Porque isso leva o brasileiro a uma dubiedade. Ele não sabe se escuta o ministro, o presidente, quem ele escuta”.
Na última semana, a demissão de Mandetta chegou a ser confirmada por alguns jornais. Informações de bastidores da revista Veja é de que, após Bolsonaro decidir por demitir o ministro, membros do governo da ala militar teriam o pressionado para manter o médico no cargo. Após a entrevista, entretanto, o cenário pode mudar.

Repercussão 

As análises sobre a entrevista rendeu diversas teorias. Enquanto os analistas políticos dizem que de fato pode ter sido uma forma de forçar sua demissão, alas políticas classificam a entrevista como centrada e bem posicionada.
Em publicação na internet, o senador por Goiás, Vanderlan Cardoso (PSD) foi crítico e afirmou: “O ministro Henrique Mandetta mostra que se apegou demais ao cargo e aos holofotes. Não apresentou nenhuma novidade para uma solução que preserve vidas e também empregos, grande preocupação do momento com a #Covid-19″. 
Outros nomes, no entanto, como o senador Alessandro Vieira (Cidadania) saíram na defesa de do médico: “A luta entre ciência e ignorância é eterna. A Inquisição obrigou Galileu a renegar a descoberta de que a terra se move entorno do sol. Sua frase eppur si muove ficou como registro sutil de que fatos reais não são mudados por opiniões ou força. Mandetta também lembra isso a Bolsonaro”.
O deputado estadual Lissauer Vieira (PSB), que esteve reunido com o médico no sábado, publicou uma foto em suas redes sociais elogiando o ministro na manhã desta segunda. “Tivemos uma conversa bem esclarecedora sobre a real situação da pandemia do coronavírus no Brasil, o que reforçou nosso sentimento de união, solidariedade e foco no combate ao inimigo invisível: a Covid-19.”

Resposta de Bolsonaro 

Na manhã desta segunda-feira, 13, Bolsonaro se limitou a comentar “não assisto a Globo” quando perguntado da entrevista de seu ministro.

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