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Se por um lado, o isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus reduziu ocorrências de acidentes em rodovias, por outro, aumentou as denúncias no Ligue 180 e telefonemas para o Centro de Valorização da Vida (CVV).
O Ligue 180, por exemplo, registrou um aumento de 18% nas denúncias de violência contra a mulher. O canal oficial do governo federal teve, entre os dias 1 e 16 de março, 829 denúncias. Com o isolamento social, intensificado entre os dias 17 e 25 de março, a pasta recebeu 978 denúncias.
Se o lar deveria ser um lugar seguro contra a doença, para as vítimas de violência doméstica, é lá onde está o perigo maior. De acordo com o Atlas da Violência 2019, 39,2% dos homicídios de mulheres no Brasil ocorreram dentro de casa, constatando que, embora todos os lugares sejam perigosos para mulheres, o pior deles é dentro da própria residência.
Outros tipos de violência doméstica também cresceram. Em Anápolis, por exemplo, na Delegacia do Idoso, o delegado Manoel Vanderik afirma ter relatado quatro prisões em flagrantes de agressões físicas, ameaças, injúrias praticadas por filhos contra pais e mães idosos. “Já era previsível”, afirmou o delegado.
“Desemprego, bebida e confinamento da vítima com agressor é pólvora”, falou Vanderik. “E vai piorar. Logo aumentam o desvio das aposentadorias.”
O Ministério Público de Goiás (MP-GO), atento ao aumento dos casos de violência doméstica no período de quarentena, também mantém os canais de denúncia abertos. Além do 180, vítimas ou pessoas que conhecem quem passa por essa situação, podem recorrer ao 62 3243-8000 ou online, por meio do atendimentogoiania@mpgo.mp.br. A linha 190 também recebe essas ocorrências.

CVV

Já o CVV, que atende cerca de oito mil ligações por dia, sentiu os efeitos da pandemia. Segundo a linha, 50% das ligações ultimamente são relacionadas ao novo coronavírus. “Os medos acarretados pelo coronavírus atacam em frentes variadas, mas todas elas derivam da questão de privação de liberdade”, contou Antônio Batista, voluntário do CVV em entrevista à Revista Veja.
Além do temor em ser contaminado, a falta de contato com pessoas amadas por medo de infecta-las e a falta de previsão para que toda essa situação termine são algumas das causas dos sentimentos de angústia na população. “Há muita gente com medo de perder mãe e avós já doentes, sem ter a chance de poder se despedir”, relatou. O distanciamento social, o medo de perder o emprego e um possível empobrecimento também têm provocado ansiedade em quem tem entrado em contato com a linha.

Nas rodovias

Em Goiás, os decretos de quarentena do governador Ronaldo Caiado (DEM) passaram a valer a partir do meio do mês de março. O inspetor da Polícia Rodoviária Federal, Newton Moraes, informou que os acidentes nas rodovias reduziram 22,5% entre os dias 16 a 30 de março, em comparação com o mesmo período do ano passado. São 41,5% a menos de feridos e 40% a menos de mortes. A PRF registrou 53% abaixo em autuações. A embriaguez caiu em 93% e prisões, decresceram 82%.
“As  Rodovias Federais estão tranquilas nesse período de coronavírus. Embriaguez no volante teve a menor redução, nos últimos 15 dias, 93% comparando com o mesmo período do ano passado”, afirmou.
“Agora, é importante lembrar, a movimentação nas BRs diminuiu bastante com as pessoas confinadas em casa. Isso, com certeza contribui para a prevenção, controle dessa pandemia que acontece no mundo inteiro. Mas é preciso consciência do que está acontecendo. Nas estradas, principalmente por estarem mais vazias, alguns tendem a correr mais. Alguns acidentes, como saída de pista, seguidas de tombamento e capotamento”, alertou o inspetor.
“É muito importante lembrar que a PRF reduziu os testes de bafômetros preocupados com essa condição do próprio agente. Tem que usar luva, máscara e álcool em gel e também para darem uma condição adequada para também quem é submetido a esses testes”, informou Newton.

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