sábado

Desde a adoção das medidas de quarentena para prevenir o avanço do novo coronavírus (Covid-19), estoques de bancos de sangue foram impactados. Houve diminuição de 30% no número médio de doadores/semana na unidade que abastece o Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ). A instituição teme que o recuo afete os pacientes oncológicos que, devido a natureza do tratamento, precisam de sangue diariamente. 
De 160 pessoas atualmente internadas na unidade, 45 fazem uso diário do sangue armazenado no local. No Setor de Hematologia, 90% dos pacientes precisam, em algum momento de transfusão sanguínea. Segundo dados do Ministério da Saúde, que aponta que, até o final de 2019, apenas 1,6% da população era doadora de sangue. 
Aline Fernanda, biomédica e supervisora técnica do Banco de Sangue do HAJ afirma: “Para agravar a situação, muita gente acha que o HAJ é um hospital público e, por isso, ligado ao Hemog, por exemplo. Mas não: somos uma instituição privada de caráter filantrópico e precisamos da contribuição da sociedade para manter nosso estoque em dia. Dele dependem milhares de vidas”.
O Hospital de Câncer Araújo Jorge não trabalha com os chamados período sazonais. “Os quimioterápicos e radioterápicos atingem diretamente a medula óssea, o que impacta na produção das células e afeta o sistema imunológico de quem luta contra o câncer. Além disso, nossos pacientes não conseguem se alimentar bem, e acabam, na grande maioria das vezes, precisando de suporte hemoterápico”, explica Aline Fernanda. 
“Precisamos de sangue durante o ano inteiro porque durante 365 dias lutamos contra o câncer”, destaca Aline Fernanda. A frequência máxima é de quatro doações anuais para o homem e de três doações anuais para a mulher. O intervalo mínimo deve ser de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.

0 comentários:

Postar um comentário